Meu filho não gosta de brincar com outras crianças. Isso é normal?
- Redação Alcance
- há 12 minutos
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Muitos pais se preocupam quando percebem que o filho prefere brincar sozinho ou evita o contato com outras crianças. Afinal, o brincar é uma das principais formas de interação e desenvolvimento social na infância. Mas será que esse comportamento é sempre motivo de preocupação?
A verdade é que cada criança tem seu próprio ritmo. Algumas são mais sociáveis desde cedo, enquanto outras demonstram mais interesse por brincadeiras solitárias. Isso pode estar relacionado à personalidade, ao temperamento, à fase do desenvolvimento ou até mesmo ao ambiente em que a criança está inserida.
Em crianças menores, por exemplo, é comum que as brincadeiras ocorram de forma paralela, ou seja, elas brincam lado a lado, mas sem uma interação direta. Com o tempo, a tendência é que as interações sociais aumentem, à medida que habilidades como comunicação, empatia e cooperação vão sendo desenvolvidas. Se isso demora um pouco mais para acontecer, nem sempre significa que há algo errado.
Quando vale acender o sinal de alerta?
Se a criança demonstra desconforto frequente ao estar com outras, evita qualquer tentativa de aproximação, se irrita com o contato social ou parece não entender as regras mais simples das brincadeiras em grupo, é importante observar mais de perto.
Esses comportamentos podem ter diferentes causas. A timidez, por exemplo, pode fazer com que a criança demore mais para se enturmar. Já experiências negativas, como conflitos ou rejeição por parte de outras crianças, também podem gerar insegurança e evitar novas aproximações.
Por outro lado, dificuldades mais persistentes e amplas de interação social podem estar ligadas a condições como o Transtorno do Espectro Autista (TEA), que tem entre suas características justamente a dificuldade de estabelecer vínculos sociais e de compreender normas sociais implícitas nas brincadeiras.
Vale lembrar, no entanto, que evitar brincadeiras em grupo não é, por si só, um sinal de autismo. O diagnóstico do TEA é complexo, envolve uma série de critérios e deve ser feito apenas por profissionais especializados.
O que a família pode fazer?
O primeiro passo é acolher os sentimentos da criança sem julgamentos. Forçar o convívio pode gerar ainda mais resistência. Em vez disso, oferecer oportunidades leves e respeitosas de interação, como encontros com poucos amigos, brincadeiras mediadas por um adulto ou atividades que a criança goste, pode ajudar.
Se a preocupação persistir, buscar uma avaliação profissional pode trazer mais clareza. Psicólogos, terapeutas ocupacionais e outros especialistas podem ajudar a entender melhor o que está acontecendo e orientar a família sobre os próximos passos.
Lembre-se: cada criança é única. Algumas precisam de mais tempo, outras de um pouco mais de ajuda. Mas com apoio, escuta e acolhimento, é possível criar um caminho mais leve para o desenvolvimento social e emocional dos pequenos.
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