TEA: o que fazer quando a escola não acolhe a diferença?
- Redação Alcance

- 17 de nov.
- 2 min de leitura

A escola deveria ser um espaço de acolhimento, aprendizado e respeito às individualidades. No entanto, muitas famílias de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ainda enfrentam barreiras quando percebem que a escola do filho não está preparada ou disposta a lidar com a diferença.
Essa recusa pode ser explícita, com atitudes discriminatórias, ou silenciosa, refletida na ausência de estratégias de inclusão, de diálogo com os responsáveis ou de profissionais capacitados. E, diante dessa realidade, é comum que os pais se sintam frustrados, inseguros e até culpados. Mas é importante lembrar: você não está sozinho, e há caminhos possíveis.
O primeiro passo: reconhecer o problema
Às vezes, a falta de acolhimento se apresenta em forma de exclusão sutil: a criança que é deixada de lado nas atividades, a família que não é ouvida, o comportamento do aluno interpretado apenas como “birra” ou “falta de limite”. Outras vezes, vem com mais clareza, como quando a escola sugere que o aluno “não se adapta” ao ambiente escolar.
Reconhecer que há um problema é o primeiro passo para buscar apoio e tomar decisões.
Converse com a escola
Antes de qualquer mudança, vale a tentativa do diálogo. Marque uma reunião com a coordenação, leve os laudos e relatórios terapêuticos, compartilhe as necessidades específicas da criança e proponha adaptações. Muitas vezes, a falta de preparo vem da desinformação, e uma escuta ativa pode abrir espaço para melhorias.
Mas se a postura da escola for inflexível, sem intenção real de mudança, é preciso repensar a permanência da criança naquele ambiente.
Conheça os direitos do seu filho
Toda criança com TEA tem direito à educação inclusiva, conforme garantido pela Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e pela Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Isso significa que a escola não pode recusar a matrícula nem deixar de oferecer os apoios necessários.
Se você sentir que esses direitos estão sendo violados, pode procurar a orientação de um advogado especializado ou acionar órgãos como o Ministério Público ou o Conselho Tutelar.
Busque apoio emocional
A rejeição por parte da escola pode ter efeitos não só na criança, mas também na família. Por isso, buscar acompanhamento psicológico, tanto para o aluno quanto para os pais, pode ser essencial. Cuidar da saúde emocional nesse processo é parte importante da caminhada.
Procure ambientes realmente inclusivos
Nem sempre a mudança será fácil, mas em muitos casos ela é necessária. Existem escolas mais abertas à diversidade, com equipes capacitadas e uma cultura de respeito às diferenças. Trocar de instituição pode significar mais do que uma nova matrícula: pode ser a chance de um recomeço com mais segurança, acolhimento e desenvolvimento real.
A inclusão não é um favor. É um direito. E toda criança merece crescer em um ambiente onde seja vista, ouvida e respeitada, exatamente como ela é.
Se você está passando por isso, saiba que não está só. E há sim caminhos possíveis para garantir que seu filho tenha o espaço e o apoio que merece.





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