Crianças que não gostam da escola: o que pode estar por trás da rejeição escolar
- Redação Alcance

- 29 de out.
- 2 min de leitura

Nem sempre é fácil para pais e responsáveis ouvirem de seus filhos frases como “não quero ir para a escola”, “a escola é chata” ou, em casos mais intensos, observarem choros e crises diárias ao se aproximar da hora de sair de casa. Mas é importante lembrar: quando uma criança rejeita a escola, ela está tentando comunicar algo e cabe a nós escutar com atenção, empatia e sem julgamentos apressados.
A recusa escolar pode ter muitas causas, e nem sempre elas são óbvias. Em alguns casos, o motivo está relacionado a dificuldades emocionais. Em outros, a criança pode estar vivenciando experiências desafiadoras no ambiente escolar que ainda não consegue expressar com clareza.
Ansiedade, insegurança e mudanças
Para muitas crianças, estar longe da família por várias horas, lidar com regras, socializar com colegas e responder a demandas cognitivas pode ser angustiante. Isso é ainda mais comum em momentos de transição, como o início da vida escolar, a troca de turma ou de professores. Crianças com traços de ansiedade ou mais sensíveis emocionalmente também podem ter mais dificuldade de adaptação e demonstrar resistência prolongada.
Dificuldades de aprendizagem ou transtornos do neurodesenvolvimento
É fundamental considerar que algumas crianças não gostam da escola porque, para elas, estar na sala de aula é sinônimo de frustração. Quando existe uma dificuldade não reconhecida como dislexia, TDAH ou mesmo o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o ambiente escolar pode se tornar fonte de sofrimento. A criança se sente diferente, perde a confiança em si mesma, e passa a rejeitar o espaço que a faz sentir assim.
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Relações sociais e convivência escolar
O convívio com os colegas nem sempre é fácil. Conflitos, bullying, exclusão e falta de vínculos afetivos podem fazer com que a criança associe a escola a sentimentos de medo ou solidão. Muitas vezes, esses fatores passam despercebidos pelos adultos, mas são vividos com grande intensidade pelos pequenos.
O que fazer?
O primeiro passo é escutar. Criar um espaço seguro, onde a criança possa falar sobre suas emoções sem medo de punições ou críticas, é essencial. Mais do que buscar respostas prontas, é preciso investigar com sensibilidade: como ela se sente ao entrar na escola? O que a deixa desconfortável? O que a faz feliz nesse ambiente?
Além disso, a parceria com a escola é indispensável. Professores, coordenadores e psicólogos podem contribuir para identificar sinais que a família sozinha talvez não perceba. Em alguns casos, o acompanhamento terapêutico também pode ser uma ferramenta valiosa para compreender mais a fundo o que está por trás da recusa.
Rejeitar a escola não é uma simples "birra". É um sinal. E quando adultos se dispõem a olhar para esse sinal com atenção e respeito, aumentam muito as chances de ajudar essa criança a reencontrar, no seu tempo e do seu jeito, o prazer de aprender e de pertencer.





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