De acordo com um levantamento realizado pelo cartório de notas do Brasil, houve um aumento histórico nos registros de bullying e cyberbullying, com uma alta média anual de 12%. Só em 2023 houve um recorde na solicitação de atas notariais (documento utilizado como prova deste tipo de crime). Assim, foram mais de 120 mil notificações como essa só no ano passado, maior número registrado até agora.
Sabemos que, infelizmente, episódios de bullying são comuns. É provável que você conheça alguém que já tenha sido vítima ou o autor dessa prática, quando o nome bullying ainda nem existia. Mas, não bastasse todo o impacto negativo causado por essa prática, no contexto do autismo o bullying é um assunto que exige ainda mais atenção.
Segundo a pesquisa Bullying Experience Among Children na Youth with Autism Spectrum Disorders, realizada no departamento de psicologia de Toronto, no Canadá, cerca de 77% de crianças do espectro autista relataram ter sofrido bullying. Mas como saber se seu filho está sofrendo bullying e o que fazer nesse caso? A clínica Alcance – Núcleo de Desenvolvimento Humano te conta. Confira!
Bullying: como identificar se isso está acontecendo com seu filho?
Descobrir se seu filho está sofrendo bullying nem sempre é algo fácil, mas os sinais a seguir podem funcionar como um alerta:
· chegar atrasado porque mudou o trajeto seja para casa ou para ir à escola;
· apresentar uma dificuldade maior de concentração ou no desempenho escolar;
· voltar para casa com livros, cadernos, mochila ou roupas sujas, danificados ou faltando ou com hematomas;
· inventar desculpas para faltar à aula;
· apresentar mudança repentina de comportamento como explosões de raiva e agressividade, dificuldades para dormir, isolamento ou tristeza profunda.
Bullying e autismo: o que fazer?
Para lidar com o bullying no contexto do autismo é necessária uma abordagem cuidadosa e integrada, que envolva a conscientização, o suporte adequado e a implementação de estratégias específicas.
Crianças e adolescentes com autismo geralmente são mais vulneráveis ao bullying devido às dificuldades de comunicação e interação social, o que pode torná-los alvos fáceis para potenciais agressores. No entanto, existem várias maneiras de enfrentar esse problema de forma eficaz.
Uma das principais maneiras é abordando a conscientização entre os colegas. É fundamental que tanto os alunos quanto os professores entendam o que é o autismo. Programas ou campanhas educativas podem ajudar a desmistificar o autismo e promover uma cultura de empatia e respeito dentro da escola. Quando todos estão informados e conscientes das diferenças e necessidades de cada colega, o ambiente escolar se torna mais inclusivo e acolhedor.
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É importante que a escola tenha uma política clara contra o bullying, incluindo procedimentos para lidar com casos envolvendo alunos com autismo. Tais políticas devem ser comunicadas a todos os membros da comunidade escolar e aplicadas de maneira consistente.
A equipe pedagógica, formada por professores e outros funcionários da escola, devem ser orientados para reconhecer os sinais de bullying e saber como intervir de maneira de forma assertiva. A intervenção imediata é um fator importante para evitar que o bullying continue ou se agrave.
Enfrentar o bullying em casos de autismo é um esforço contínuo e colaborativo. Ao promover a conscientização e implementar políticas eficazes, é possível criar um ambiente escolar mais seguro, saudável e inclusivo. Dessa forma, todos os alunos, independentemente de suas habilidades ou características, podem se sentir valorizados e protegido.
Quer saber mais sobre o universo do autismo? Então acesse o blog da clínica Alcance – Núcleo de Desenvolvimento Humano e fique por dentro das notícias mais relevantes sobre o assunto.
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