Qual a relação entre ansiedade e autismo? Estratégias para ajudar crianças com TEA
- Redação Alcance
- 10 de jun.
- 4 min de leitura

Como pai ou mãe de uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA), você provavelmente já se deparou com momentos de ansiedade ou nervosismo no comportamento do seu filho. Isso é mais comum do que parece, e muitos pais se perguntam qual a relação entre a ansiedade e o autismo. Embora os dois sejam aspectos distintos, eles frequentemente estão interligados, e entender essa conexão pode ajudar a melhorar a qualidade de vida da criança e também da família.
Neste texto, vamos explorar a relação entre ansiedade e autismo, e oferecer algumas estratégias práticas e acolhedoras para ajudar sua criança a lidar melhor com a ansiedade.
A relação entre ansiedade e autismo
A ansiedade é um sentimento natural, algo que todos nós sentimos de vez em quando diante de situações de insegurança ou medo. No caso das crianças com autismo, a ansiedade pode ser mais frequente e intensa, devido a uma série de fatores ligados às características do TEA.
Alguns dos principais motivos pelos quais as crianças autistas podem sentir mais ansiedade incluem:
1. Dificuldade com mudanças na rotina
Crianças com autismo geralmente preferem rotinas previsíveis e se sentem mais seguras quando sabem exatamente o que vai acontecer. Mudanças inesperadas, como uma visita, um passeio, ou até mesmo uma alteração no horário, podem desencadear reações de ansiedade e frustração.
2. Sensibilidade sensorial aumentada
Muitas crianças com autismo têm uma sensibilidade sensorial mais intensa, o que significa que estímulos como luzes fortes, sons altos ou texturas podem ser percebidos de forma avassaladora. Isso pode gerar uma sobrecarga de estímulos, causando angústia e aumentando os níveis de ansiedade.
3. Dificuldades na comunicação
A comunicação pode ser um desafio significativo para muitas crianças com TEA. A frustração por não conseguir expressar o que sentem ou o que precisam pode gerar uma sensação de insegurança, alimentando a ansiedade.
4. Medos específicos
Algumas crianças com autismo desenvolvem medos específicos, como o medo de estranhos, de lugares desconhecidos ou até de mudanças no ambiente. Esses medos, quando não compreendidos e abordados de forma adequada, podem intensificar a sensação de ansiedade.
Você também pode gostar de ler: Como tratar o autismo?
Estratégias para ajudar crianças com TEA a lidarem com a ansiedade
Embora a ansiedade seja uma parte natural da vida, para as crianças com autismo, é possível adotar algumas estratégias práticas que ajudam a reduzir o impacto da ansiedade no dia a dia. Aqui estão algumas sugestões para os pais:
1. Estabeleça rotinas consistentes
A previsibilidade é uma grande aliada da criança com autismo. Manter uma rotina consistente, com horários definidos para alimentação, atividades, descanso e lazer, pode ajudar a reduzir a sensação de insegurança e diminuir os picos de ansiedade.
Sempre que possível, avise com antecedência sobre mudanças na rotina, utilizando histórias sociais, fotos ou cartazes para mostrar o que vai acontecer. Isso ajuda a criança a se preparar emocionalmente.
2. Ofereça estratégias de regulação sensorial
Se o ambiente estiver sobrecarregando seu filho, uma boa estratégia pode ser introduzir pausas sensoriais. Isso significa proporcionar momentos para a criança se afastar de estímulos intensos e se acalmar.
Algumas crianças se beneficiam de fones de ouvido para bloquear sons altos, óculos de sol para suavizar luzes fortes, ou até brinquedos sensoriais que ajudam a relaxar. Cantos tranquilos também são uma ótima opção para criar um ambiente de calma quando a ansiedade está alta.
3. Ensine formas alternativas de comunicação
Quando as palavras não são suficientes para expressar o que a criança está sentindo, a frustração pode rapidamente se transformar em ansiedade. Ensinar formas alternativas de comunicação, como o uso de gestos, sinais, aplicativos de comunicação ou pequenas imagens pode ser muito útil para reduzir essa barreira.
Além disso, trabalhar a compreensão emocional também é importante. Ajude seu filho a reconhecer emoções básicas, como raiva, tristeza e medo, por meio de cartões emocionais ou expressões faciais. Isso vai ajudá-lo a entender melhor o que está sentindo e a comunicar isso de maneira mais tranquila.
4. Crie um ambiente acolhedor e seguro
Ambientes com muitos estímulos ou que não são acolhedores podem aumentar a ansiedade de uma criança com TEA. Tente criar espaços tranquilos, com objetos que transmitam segurança, como brinquedos preferidos ou itens de conforto (como um cobertor ou pelúcia).
Também é importante manter uma comunicação positiva, usando sempre uma linguagem calma e acolhedora, evitando críticas ou pressões. Isso ajuda a criança a se sentir mais segura, sem se preocupar com expectativas que podem gerar mais ansiedade.
5. Pratique a paciência e o acolhimento emocional
A ansiedade pode ser debilitante, tanto para as crianças quanto para os pais. Então, lembre-se de que o acolhimento emocional é essencial. Valide os sentimentos do seu filho dizendo coisas como: “Eu sei que você está com medo, e tudo bem sentir isso”. Isso demonstra empatia e ajuda a reduzir a sensação de solidão emocional.
Tenha paciência com o processo. A ansiedade, especialmente no contexto do autismo, não desaparece da noite para o dia. Com o tempo, e com as estratégias certas, seu filho pode aprender a lidar melhor com esses momentos desafiadores.
Se você sente que a ansiedade de seu filho tem sido um desafio constante e precisa de apoio para encontrar estratégias personalizadas, não hesite em procurar ajuda. Na Alcance, nosso comprometimento está em oferecer orientação e suporte para ajudar seu filho a enfrentar a ansiedade e a desenvolver estratégias para uma vida mais equilibrada e feliz. Entre em contato com a gente e saiba mais.
Commentaires